terça-feira, 23 de agosto de 2022

Nossas palavras ecoam na eternidade

 

Giulia Manuela Alves, medalha de ouro na Olesc
                          Seu treinador, Valério Valindolfo (a esquerda de Giulia
     Seu pai e treinador de Taekwondo, Antônio Marcos Alves (a direita de Giulia)
                                                 Foto: Jaqueline Alves (mãe)

Já faz alguns dias, mas o que vou mencionar aqui é atemporal. Ultrapassa o tempo e os espaços. Estava eu, fazendo a cobertura da Olimpíada Estudantil Catarinense (Olesc), em Curitibanos, quando percebi uma pessoa me chamar. “Oi professor, lembra do que você falou para a Giulia em São José no campeonato brasileiro?”, disse Jaqueline, mãe da garota.

.

Na hora, em questões de segundos, minha mente voltou no tempo e ao olhar para o lado, observei Giulia, com uma medalha de ouro. E a mãe continuou: - “lembra que você falou para ela não desanimar, pois ela era a vice-campeã brasileira e que logo, logo, novas vitórias viriam. Olha a medalha dela, campeã da Olesc”.

.

Para situar você, leitor, Giulia Manuela Alves. uma garota de 13 anos, da cidade de Blumenau, que luta taekwondo e que ficou triste por perder a final do campeonato brasileiro, evento que eu estava acompanhando em São José em julho desse ano.

.

Conversei com ela após a luta e como todo educador, falei palavras de conforto e ânimo apropriadas para aquele momento. Disse a ela que as vitórias e as derrotas fazem parte do esporte, mas o mais importante é termos objetivos e metas na vida, ter projetos e ir atrás de nossos sonhos. E aí conclui dizendo a ela: para de chorar Giulia e levanta a cabeça. Você é a vice-campeã brasileira. Sabe o que isso significa? Quantas meninas queriam estar no seu lugar agora? Sua trajetória no esporte está apenas começando. 

    Giulia Alves (de vermelho) em uma de suas lutas -   Foto: @giuli4x.tkd

Recordo-me como se fosse hoje, ao dizer isso a pequena Giulia deu um sorrisinho e agradeceu. E foi aí que eu conclui com a seguinte frase, um dia verei você sendo campeã. Mas sinceramente, eu não imagina que seria tão rápido. Aquelas palavras da mãe, combinadas com o sorriso e a medalha, me deixaram bastante emocionado. Sem palavras num primeiro momento. Aí abracei ela e com a voz sufocada eu olhei para ela e disse, eu te falei, lembra? 

.

Após esse momento, fui para o hotel, reorganizei as coisas para o dia seguinte e antes de dormir, refleti um pouco sobre o ocorrido, e,  tenho cada vez mais certeza de que em muitas situações, podemos motivar uma pessoa, independente da idade, com palavras simples e sinceras.

.

Para vocês que estão lendo este texto, quero deixar apenas a certeza que vale à pena falar algo positivo para quem está do seu lado, em qualquer situação da vida. Deixo uma mensagem que assisti uma vez numa das atividades com meus alunos e que mesmo tendo assistido esse filme algumas vezes, tinha me passado despercebido. Numa das cenas, do filme Gladiador, é mencionado os seguintes dizeres: “nossas palavras ecoam na eternidade”.

.

Para a Giulia, quero dizer que ainda quero vê-la com muitas medalhas e com cada vez mais entusiasmo para representar Santa Catarina e o Brasil pelo mundo afora...

.

Delamare de Oliveira Filho – 23 de agosto de 2022


0 comentários:

Postar um comentário

E como esquecer daqueles que tocaram meu coração e minha vida...

E como esquecer daquele final de tarde no dia 01 de fevereiro de 1997, quando no Auditório de Filosofia e Ciências Humanas (CFH)...