domingo, 4 de abril de 2021

Distanciados dos outros, próximos de Deus...

Num dia desses fui a Igreja participar de uma Missa. Uma celebração com 
um contexto que jamais pensei que iria presenciar no decorrer de minha existência. Num primeiro momento, veio o estranhamento, devido a pandemia do Covid-19, todos com máscaras e com lugares demarcados, distanciados uns dos outros. No data show, um aviso enfatizando tudo isso: evitem aglomerações, cumprimentos e observe a distância prevista. Antes da missa começar, fiquei a observar todo o entorno na tentativa de experienciar esse momento, apesar de tudo, muito marcante. Em particular, nesse ano de 2020, com o mundo assolado pela pandemia da Covid-19 que provocou incertezas e preocupações sobretudo no ato de crer e esperar. Marcante pois como nos diz Dom Leomar Antonio Brustolim, bispo auxiliar de Porto Alegre e doutor em Teologia, "foi suficiente o menor e mais informe elemento da natureza, um vírus, para recordar a condição mortal da vida humana". E Dom Leomar, nos diz mais: "inseguro diante do desconhecimento da nova realidade imposta por um vírus que mata, impotente e incapaz se definir as rotinas", o ser humano precisa lidar com essa nova realidade. Muitos mesmo na eminência do perigo, saíram de seus lares em busca de Deus. Era possível perceber a alegria, o carinho e o louvor à Deus,  daquelas pessoas em casa verso pronunciado,  em cada canto entoado, em cada gesto tão significativo para a Celebração Eucarística e o Rito Católico. E no momento do recebimento da Eucaristia. Que momento! Simplesmente fantástico. As máscaras, objeto de proteção individual nesses tempos de pandemia, são retiradas para que os fiéis recebam a proteção da alma, Jesus Cristo presente na hóstia consagrada. Fui para casa com o coração transbordando de gratidão a Deus por ter me dado a oportunidade de estar ali nesse momento. E após alguns minutos de reflexão, me veio a mente as sábias  palavras de Santo Inácio de Loyola, "não é o muito saber que sacia e satisfaz a alma, mas o sentir e saborear internamente as coisas". Todos distanciados uns aos outros, mas muito próximos de Deus.
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Janeiro de 2021. 

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