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sexta-feira, 22 de maio de 2020
Mude o conteúdo da carta e ACREDITE em você
No presente texto quero destacar a presença da família (pai, mãe, responsável) ou daqueles que nos amam (maridos, esposas, namorados, namoradas, irmãos, primos...) na trajetória e na escolha de cada um de nós! A vida é feita de escolhas e toda escolha é difícil, gera angústias, inquietações e incertezas. Recebi no último dia das mães essa história e a mesma me inspirou a escrever esse texto. Tal relato dizia: "Certo dia, Thomas Edison chegou em casa com um bilhete para sua mãe. Ele disse: 'Meu professor me deu este papel para entregar apenas a você'. Os olhos da mãe lacrimejavam ao ler a carta, então ela resolveu ler em voz alta para o filho: 'Seu filho é um gênio. Esta escola é muito pequena para ele e não tem suficientes professores ao seu nível para treiná-lo. Por favor, ensine-o você mesmo!' Depois de muitos anos, Edison veio a se tornar um dos maiores inventores do século. Após o falecimento de sua mãe, ele resolveu arrumar a casa quando viu um papel dobrado no canto de uma gaveta. Ele pegou-o e abriu. Para sua surpresa, era a antiga carta que seu professor havia mandado a sua mãe, porém o conteúdo era outro, bem diferente do que ela havia lido anos atrás. Dizia: 'Seu filho é confuso e tem problemas mentais. Não vamos deixá-lo vir mais à escola!' Edison chorou durante horas e então escreveu em seu diário: 'Thomas Edison era uma criança confusa, mas graças a uma mãe heroína e dedicada, tornou-se o gênio do século'. Essa é mais uma das histórias que não sabemos se realmente aconteceu, mas que nos ajudam a refletir sobre uma das grandes virtudes: a confiança, a crença em nossas potencialidades. Acredito que não há ninguém no mundo que acredite mais em nós do que aqueles que nos amam. Quantas vezes desanimamos, tivemos vontade de desistir de algum projeto ou abandonar tal decisão. Até que surge aquela palavra forte, sincera, carinhosa, mas muito verdadeira, que nos encoraja e nos mostra o quanto somos capazes. É nesse instante que me lembro do incrível Antoine de Saint-Exupéry que nos afirma que "o significado das coisas não estão nas coisas em si, mas sim em nossa atitude em relação a elas". Existem certos momentos da vida onde é necessário mudar o "conteúdo da carta" para que o nosso objetivo seja plenamente alcançado.
segunda-feira, 18 de maio de 2020
Os desafios da Escola no limiar do século XX
Vivemos
numa época de mudanças. Se o século XX era chamado de “o século da produção de
massa”, o século XXI, ganha novas denominações: “era da globalização”, “era da
informação”, “sociedade do conhecimento”, “sociedade do espetáculo”, “sociedade
das ilusões”, entre outros.
Nesse
breve texto, convido você a refletir acerca das questões que mais impactam a
nossa prática pedagógica e alguns desafios que se colocam em nosso cotidiano na
contemporaneidade.
Observamos
que no mundo atual as relações entre a sociedade e o espaço são mediadas, cada
vez mais, pela tecnologia da informação. Ao mesmo tempo em que essas
tecnologias conectam pessoas em vários lugares do mundo, ampliam
significativamente as desigualdades entre pessoas, mercados e países.
Estamos
diante de um mundo que nos surpreende com novas formas de organização de
produção e de consumo, novas tecnologias, novos conflitos que redefinem as
relações de poder entre os países, e, novas relações entre as pessoas.
Os
reflexos dessa sociedade fragmentada se mostram principalmente na Escola, pois
como nos diz, Alfredo Veiga Neto quando questionado sobre a crise que assola a
Educação, “a crise que se sente na
educação é a manifestação de uma crise maior, mais ampla: a grande crise de
esgotamento dos valores, das formas de pensar e estar no mundo que foram
constituídas na modernidade” (VEIGA NETO, Alfredo & LOPES, Maura
Corcini. Os Meninos. Texto apresentado no Simpósio Luso-Brasileiro de
Currículo, Rio de Janeiro, 2004).
Consideramos
que seja relevante também descrever um pouco o contexto dos jovens, aqueles que
estão diretamente na escola. O jovem de hoje se encontra conectado ao mundo
virtual, geração denominada por muitos estudiosos, como a “Geração Homo Zappiens”,
os chamados nativos digitais.
Mas
o aspecto mais inquietante para nós é observar que em meio a tudo isto, o jovem
não consegue, digamos assim, utilizando a linguagem computacional, se conectar
com profundidade. Ao mesmo tempo em que estão mergulhados no ciberespaço, com
dezenas de amigos nas redes sociais, muitos se encontram solitários. Ao mesmo
tempo em que curtem várias fotos, pensamentos e palavras de seus “conhecidos
virtuais” ou “seguidores”, eles não curtem o diálogo com seus pais ou com os
mais próximos.
Temos
claro que este cenário é fruto de um esfacelamento dos relacionamentos sociais
e familiares, que causa o vazio e o empobrecimento de amizades, sensação de
desamparo e incompletude. É a sensação de estar só perante a multidão, com a
falta de vínculos afetivos parentais, numa sociedade marcada pelas
superficialidades nas relações. O que muitos estudiosos, denominam de “Cultura
do Narcisismo”, “onde o indivíduo
debate-se numa acirrada competição para ter direito a um ´lugar ao sol´, onde
predomina a ´lei do mais capaz´, ou pelo menos, a lei daquele que aparenta ser
bem-sucedido”.
Mas
o que Escola tem a ver com tudo isto?
Acreditamos
que a escola tem um importante papel frente a este cenário. É para este
contexto que a escola precisa buscar respostas e contribuir para que tudo isto
seja transformado. Eis o grande desafio: construir uma outra escola. Uma escola
que procure “dar uma resposta ao novo
perfil de juventude, ao novo perfil de família, às novas exigências da
sociedade”.
Acreditamos que a educação é um
processo de formação,
de construção contínua, de socialização, de criação, de partilha e de produção
do conhecimento, onde a educação tem de ser acima de tudo “uma crítica à
cultura”, aos “valores” predominantes, não sempre justos nem adequados”, e na
maioria das vezes altamente excludente e desigual.
M.Sc.
Delamare de Oliveira Filho
terça-feira, 28 de abril de 2020
A descoberta da magia do aprender!
Hoje,
não consegui conter minhas lágrimas ao contemplar a beleza de uma das maiores
características do ser humano, que é o ato de aprender. Para um educador, como
eu, apaixonado pelo processo da construção do conhecimento, fiquei maravilhado
ao vivenciar uma grandiosa cena. Uma professora, junto ao seu notebook,
passando orientações para sua aluna. Até aí algo até do cotidiano, mas ao saber
que a professora é uma pedagoga brasileira, e a aluna uma adolescente haitiana
recém-chegada ao Brasil, e que não fala nada de nossa língua, me deixou
emocionado.
A
professora estava muito feliz ao conseguir se comunicar com a aluna com o
auxílio do Google Tradutor, e eu observava encantado tudo o que acontecia
refletindo sobre como é fascinante o processo de comunicação e interação entre
as pessoas. A educadora escrevia em seu notebook em português, enquanto a tecnologia
cumpria o seu papel de possibilitar uma maior interação ao traduzir aquelas
sábias palavras para o “crioulo”, idioma de grande parte do povo haitiano.
Todavia, o que me deixava fascinado era perceber o brilho em seus olhos ao ler
para mim, uma pequena frase da menina: - Professora, você está me ajudando
muito! Após pronunciar essas palavras, ela me olhou e disse: - Eu estou fazendo
apenas o meu trabalho! Foi então que outra característica importante se
destacou nelas, a humildade de ambas, uma querendo ensinar e outra querendo
aprender.
No
fim, eu sou presenteado com tudo isso, mas mesmo assim, indaguei a professora
sobre a importância de seu ato de ensinar. Ela, muito carinhosamente, me falou
que nesse cenário tão complicado em que o mundo está passando por conta da
pandemia do Covid-19 e a dificuldade da escrita na língua materna daquela
família haitiana, a tecnologia é uma ferramenta poderosa para facilitar essa
interação. Ela continuou dizendo que também estava aprendendo muito com o atual
cenário. Na verdade, a aluna, está tendo uma maior interação, algo que na sala
de aula física, ela talvez não teria, e na sua empolgação, a professora afirmou
com uma alegria radiante que fez a escolha certa dizendo: - Sou professora, e
me realizo no que faço! Parei, novamente, olhei em seus olhos, e percebi no
brilho do seu olhar a alegria radiante em me relatar tudo isso. Percebi que a
língua, o isolamento social, a diversidade cultural, entre outros aspectos e que
poderiam ser obstáculos, são substituídos pela ponte da reciprocidade. Quando
há alguém que realmente quer ensinar e alguém que quer de verdade aprender, o
processo de ensino-aprendizagem pode acontecer.
Como
é lindo ver alguém querendo ensinar com maestria e mais lindo ainda alguém querer
desvendar o desconhecido. Quanto aprendizado de vida há na relação professor e
aluno. Fica aqui, num dia comum, um simples
relato de algo para refletirmos e termos cada vez mais a certeza de que nenhuma
tecnologia, nenhum processo, nenhuma ferramenta, jamais irá substituir a beleza
que há na relação professor e aluno. E
para rememorar o dia do descobrimento do Brasil, como é magnífica a
possibilidade de descoberta por parte de uma criança da magia do aprender. E
para a professora, tenha certeza, você está ajudando e muito... está ajudando a
construir uma futura mulher autônoma e independente, hoje uma adolescente, mas
que com certeza, levará esses ensinamentos para a vida. O mundo da educação é
para isso, levar as luzes do conhecimento para todos que o buscam, um dos
grandes segredos da arte de ensinar.
Palavras nem sempre são
suficientes para expressar a gratidão, o respeito e o reconhecimento por
aqueles que nos são especiais nesse caso, os professores. Homenageando uma das
protagonistas desse momento em que vivenciei, homenageio todos os professores.
Finalizo, citando um dos maiores estadistas de
nossos tempos, Barack Obama quando ele afirma que “todos os dispositivos sofisticados e wifi do mundo não vão fazer
diferença se não tivermos grandes professores em sala de aula”.
Parabéns Professores...
Professor Delamare
22 de abril de 2020
E como esquecer daqueles que tocaram meu coração e minha vida...
E como esquecer daquele final de tarde no dia 01 de fevereiro de 1997, quando no Auditório de Filosofia e Ciências Humanas (CFH)...